terça-feira, 11 de maio de 2010

Memórias de outrora II...

...e de repente surge à ideia a "Bomboniére"! Palavra chique para casa tão pequenina situada numa curva da avenida principal, que começava num jardim do qual não recordo o nome, frente ao colégio Nossa Senhora dos Anjos, e terminava na Praça do Município, no centro da baixa da cidade da Beira.
Recordo a "Bomboniére" como uma mini-loja onde se encomendavam doces e salgados para festas! Será que a minha memória me trai?!! Só sei que adorava ir lá com a minha mãe buscar as encomendas, e acabava sempre por comer algo que gostava! Coisa que era rara, já que na altura comer era sinónimo de "palavrão"! Para quem odiava ingerir quase tudo, as horas das refeições eram penosas!...Muito lanchinho foi oferecido no colégio Nossa Senhora dos Anjos às coleguinhas!...
Mas voltando atrás, à Praça do Município, que recordo ter no centro um enorme lago quadrado, tipo piscina, forrado a azulejos verde água, e com um enorme repuxo no centro.
Muitas instituições, cafés e lojas evoluiam em volta dessa praça, a começar pela Câmara Municipal, da qual recordo uma ingreme escada de pedra à entrada, onde certo dia a minha mãe deu um enorme tombo, antes de uma partida de férias para o Zimbabwe, que resultou num braço partido...
Continuando! Em volta da praça, na diagonal com a Câmara, ficavam os Correios, havendo também algumas das pastelarias mais famosas da Beira. Penso que existiam umas três, mas somente me lembro do nome da Riviera. Muitos outros edifícios ladeavam essa enorme praça, tal como o do Rádio Clube de Moçambique, e outros que a memória desvanece.
Numa das ruas por trás da praça, recordo com saudade a loja "Komytis" (será que é assim que se escreve?), onde se vendiam as bicicletas mais cobiçadas da cidade. Foi lá que comprei a minha lindíssima "Robin Hood", azul e branca, depois de ter feito com sucesso a minha quarta classe e entrado no 1º ano do liceu!
Mais à frente, na rua que se seguia à praça, havia a Casa Caravela, onde se vendiam apelativos bonecos de peluche alemães e austríacos, a imitar todo o tipo de animais, e que faziam as delícias da pequenada, que ali passava horas a tudo mirar e tocar, para desespero do dono.
E assim surgem "flash-backs" de memória, para quem já deixou Moçambique à muito tempo...

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